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Fotografia profissional de alimentos para clientes KETA FOODS


A dimensão da fotografia profissional na gastronomia
 
Onde termina a visão e começa o paladar? A tentação de um prato não nasce quando o provamos mas na antecipação gerada por uma imagem intensa, que nos fica gravada na memória com uma persistência decisiva. Vemos no menu uma massa com camarão e abacaxi, uma panna cotta sedosa em calda de amora ou um simples pão rústico crocante, e o cérebro inunda-se de sensações relacionadas com os alimentos que nos fazem desejar prová-los ou comê-los de novo. Pelo contrário, fotografias descuidadas farão com que ninguém queira provar o que ali está representado e tanto pode ser pescada como um requeijão.
 
É um facto: muito antes de o nariz poder sentir os cheiros à mesa ou de levarmos a primeira garfada à boca, já os olhos devoraram todas as imagens disponíveis e determinaram o que vai, ou não, ser o repasto. De um ponto de vista prático, não interessa ao restaurante ter as receitas melhores, mais saudáveis ou mais glamorosas se depois não conseguir estimular potenciais clientes. Sobretudo nesta altura em que o fator presencial deixou de ser uma necessidade e os olhos se tornam, cada vez mais, os nossos guias.
 
Há luz ao fundo do prato
 
Já se disse que tal como uma boa foto de comida desperta a vontade de quem vê, representações más, ou inexistentes, darão a impressão de que um restaurante é de fraca qualidade ao não serem capazes de traduzir a excelência dos seus produtos. Na gastronomia, como na fotografia profissional, tudo deve ser nítido, deleitoso, preciso. Excesso de ingredientes ou de ruído de fundo anula o encanto, pelo que uma imagem tem de ser forte na medida certa, visualmente atraente e mexer com a imaginação, contendo num olhar a textura, sabor e cheiro dos alimentos – em especial os que idealizamos quando se pensa num determinado produto e nos deixam com água na boca.
 
À parte isso, cada tipo de prato requer a sua própria iluminação (natural ou artificial) e um ambiente que lhe realce as cores sem o desvirtuar, pondo em evidência a técnica de confeção, a frescura dos alimentos e o seu ângulo fotogénico – algo que só um fotógrafo profissional conseguirá fazer ao captar a alface mais atraente, o naco mais brilhante de salmão ou a mais apetecível fatia de cheesecake de frutos vermelhos a pingar um molho espesso.
 
Como se não bastasse, apenas um profissional saberá harmonizar formas, cores, sombras, enquadramentos, bem como ajustar as composições ao público-alvo tendo em conta o sexo, a idade, o país e a cultura em que se insere, determinantes de tudo o resto. Não é qualquer pessoa que chega a um local e executa trabalhos de excelência partindo do que lhe é proposto sem primeiro investir em conhecimento, sensibilidade, equipamento de topo. Ser ágil com a câmara do telemóvel pode dar muito jeito mas não faz um fotógrafo.
 
Poder de atração
 
Também ninguém se esquece do caráter súbito desta pandemia que nos deixou a todos com um sentido de urgência típico de uma guerra. A par das exigências diárias – responsáveis por transformarem os hábitos de consumo e impulsionarem o comércio online muito antes de se ouvir falar em covid-19 –, o isolamento social daí decorrente leva muita gente a sentir-se perdida na falta de suportes físicos como sempre os conhecemos. Os restaurantes têm agora a oportunidade de decidir quais vão ser os seus pontos de viragem face à crise, procurando oferecer a melhor experiência ao cliente, seja virtual ou presencial. E aqui, uma fotografia marcante pode muito bem ser a cereja no topo do bolo capaz de fazer o público render-se, deliciado. Tempos difíceis fazem-nos valorizar as coisas boas, então há que saber mostrar que elas existem. 
 
Para isso espera-se que todos os elementos do seu restaurante – presença nas redes sociais, grafismo, ambiente, ementas – sejam capazes de transmitir essa mensagem subconsciente do produto como um dos prazeres a que podemos aspirar. Imagens gastronómicas arrebatadoras geram sentimentos que motivam o cliente a querer provar o que viu e, idealmente, a voltar mais vezes no futuro, caso a oferta lhe agrade.
 
Sabe-se que o menu do seu restaurante é uma ferramenta decisiva no marketing de restauração. Quanto mais realistas e tentadoras forem as fotos, com cores que evoquem frescura e estimulem o apetite (tudo áreas da competência de um fotógrafo profissional), maior será o impacto na fidelização e nas vendas. Quando estudos de psicologia afirmam que a primeira impressão conta ao ponto de nem factos em contrário a abalarem, percebe-se como imagens atraentes podem atrair público para um restaurante ou para um prato em particular. Mexem com os sentidos de quem vê, pelo que se tornam irresistíveis (ou não, dependendo da qualidade da imagem) muito antes de serem submetidos à prova real.
 
É bem verdade que os olhos também comem, e de que maneira! Então alimente-os a eles primeiro com uma síntese das delícias que os esperam e prepare-se para colher os melhores frutos do seu negócio.
 
Inácio Cristo Dias






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